No Arquipélago dos Açores, localizada na Ilha do Pico, a freguesia da Prainha pertence à jurisdição distrital da Horta, e ao município de S.Roque do Pico – Capital do Turismo Rural, de cuja sede dista cerca de 12 quilómetros. A freguesia tem por orago a Nossa Senhora da Ajuda, à qual a população dedica todos os anos, no dia 15 do mês de Agosto, uma festa solene.

A Ilha do Pico foi descoberta na primeira metade do sec. XV, quando o Infante D.Henrique se propunha povoar as ilhas do arquipélago até então conhecidas, eram ainda ignoradas a do Corvo e a das Flores. O primeiro embarque na ilha batizada na altura com o nome S. Dinis , deu-se nas Lajes do Pico em 1460, tendo como principal figura , entre os navegadores, Fernando Alvares Evangelho . O seu primeiro capitão-donatário foi Álvaro de Ornelas, que não chegou a tomar posse afetiva da ilha, pelo que esta veio a ser incorporada na capitania do Faial.

“Prainha” foi a segunda povoação a ser constituída na costa norte da Ilha do Pico, cujo o povoamento se iniciou com naturais do Norte de Portugal, após escala na Terceira e na Graciosa. Segundo Gaspar Frutuoso, em “Saudades da Terra”, esta povoação já existia em 1522, bem como o seu templo paroquial. O mais antigo registo conhecido deste templo, data de 1599, embora a instituição administrativa e eclesiástica de Prainha, seja muito anterior. Em 1572, uma enorme erupção vulcânica deu-se num pico próximo da lagoa do Caiado, junto à freguesia. A extraordinária torrente de lava chegou ao mar e formou um grande “mistério” (expressão Açoriana para designar um terreno de lava esponjosa, coberto de musgo e de ervas), denominado por razões obvias de “Prainha. Este “mistério” que se situa entre esta freguesia e a de S. Roque, esta classificado como reserva natural.

A Casa do Fio, na freguesia é um símbolo das suas mais antigas tradições, pois para ali se deslocavam de suas casas, vizinhos e amigos, para ali seroarem junto de lareiras bem quentinhas, as pastas de lã acabadas de cardar eram transformadas em fio, para posteriormente servirem de matéria-prima na confeção de vestuário.

Durante séculos, não existiam outros meios de comunicação entre as diversas ilhas do arquipélago, senão a via marítima, até que em 1858, é feita a primeira ligação telefónica entre Lisboa e Ponta Delgada, o que veio a permitir que o isolamento das restantes ilhas fosse quebrado. Na Ilha do Pico, foi na freguesia de Prainha que tudo começou, ligava-a a S. Jorge um cabo amarrado no lugar de Canto Areia. Era essa pequena casa que servia de terminal do cabo submarino, que se conhece ainda hoje por Casa do Fio, esta habitação serviu de abrigo a um destacamento militar durante a I Guerra Mundial.

A freguesia de Prainha apresenta como património e edificado, a Igreja Matriz de invocação a Nossa Senhora da Ajuda, a ermida de Nossa Senhora da Piedade, a ermida de S. Pedro, as típicas e antigas adegas ligadas à secular produção de vinho “verdelho”, sobretudo na área de Baia de Canas, a Casa do Fio e a Casa do Povo.

Como locais de interesse turístico destaca-se o já referido mistério com o Parque Florestal da Prainha nas proximidades, parque este de apreciáveis dimensões, que oferece infraestruturas de lazer e de merendas, onde se destacam um miradouro, um campo polidesportivo, espaço destinado a acampamento e o trilho turístico designado por “Caminho dos Burros”.

Também o trilho que percorre parte da freguesia, designado por “Percurso Cultural da Prainha do Norte” também é um “icon” a destacar, pois quem tem o privilégio de o percorrer, vê já grande parte da beleza natural que a freguesia oferece.

A zona de lazer da Poça Branca, local também muito sobejado por quem nos visita, dispõe de uma piscina natural, com campo de areia para os adeptos do volei e zona de churrasco. Ainda as instalações portuárias como o Porto e o Cais de pescas utilizadas sobretudo para fins piscatórios, são também apreciadas como locais de recreio.

No lugar do Canto da Areia temos uma zona balnear também muito procurada, a única praia existente na ilha.

No campo económico são várias as vertentes implantadas na freguesia, como a vitivinicultura, a pesca, a carpintaria, a serração de madeiras, a panificação, os lacticínios, o pequeno comércio, o corte de basalto, mas mais vincadamente a agricultura, a pecuária e mais recentemente, uma nova área o turismo que tem registado um aumento significativo, apostando na recuperação de casas típicas feitas de pedra vulcânica, característica da ilha montanha.

Temos ainda a Escola B1/JI da Prainha e Santo Amaro onde lecionam as crianças de ambas as freguesias desde o pré-escolar até ao 2º ano de escolaridade.

Seja como for, a freguesia da Prainha é privilegiada pelo seu extraordinário património natural, cultural e edificado, todo ele inserido num ambiente tranquilo de belas paisagens naturais.